Vivendo 1 ano sem nossa casa

Há um ano saímos do Brasil apenas com duas malas, muitos sonhos e prontos para viver meses na estrada gravando videoclipes com bandas do mundo inteiro.

E, obviamente, uma vida dessas não permite mais que a gente tenha nossa casa ou nosso canto pra viver. Optamos por ser itinerantes, mudando de país a cada 3 ou 4 semanas.
Nossa casa indiana em Nova Déli
E como é viver assim, sem ser dono do seu próprio lar e tendo um novo bairro, novos vizinhos e uma nova cama todo mês?
Nestes 365 dias vivendo em casas de outras pessoas pelo mundo, acho que temos muitos mais prós do que contras pra dividir. E aqui vão alguns dos motivos de porque viver assim tem sido muito legal.
Começar uma vida do zero todo mês – Explorar um novo bairro com nossa frequência é um jeito diferente de se envolver com a cultura de cada país. Descobrir nosso novo supermercado, as atrações por perto, onde estão os lugares mais baratos, onde fica o ponto de ônibus e os parques, etc. Tudo isso faz a gente se pertencer mais a uma cidade.
Cuidando do nosso gato alemão, Russell.
Ter novos hábitos a cada mudança – Já que cada apartamento tem suas próprias características, como utensílios de cozinha diferentes, ter um ou dois banheiros, ter aquecedor ou não, fazer reciclagem ou não, ser bem localizado ou não, temos que adaptar e mudar nossa rotina sempre, e isso passa a ser muito importante depois de um tempo. Hoje estamos acumulando manias e costumes domésticos de toda parte do planeta, e criando o nosso próprio jeito de viver.
Reaprender as nossas dinâmicas como casal – á vivemos em casas grandes, onde cada um podia ficar num cômodo se quisesse, mas também já passamos por apartamentos que eram studios (onde dormíamos, trabalhávamos e comíamos tudo no mesmo lugar). Cada casa influencia muito em como nós dois nos relacionamos também: limites, privacidade e interação.
Nossa casa na Coreia do Sul era um studio, que é como a maioria dos coreanos vivem por lá, com casas pequenas e muito funcionais.
Conhecer uma nova cultura pelos olhos de um local – Como nosso primeiro contato com a cidade é sempre via nosso novo host (ou dono daquele apartamento que alugamos), é pra ele que fazemos todas as perguntas sobre a vida naquele lugar. E ter estas pessoas apresentando um lugar sem os vícios turísticos, faz a gente criar outra relação com a cultura local. Além disso, estas pessoas têm se tornado grandes amigos.
Praticar o desapego – Depois de alguns dias em uma nova casa, nos sentimos como se aquele lar fosse nosso. Regamos as plantas, fazemos faxina, cuidamos do gato, conversamos com os porteiros, etc. Mas depois de algumas semanas, é hora de deixar tudo e todos pra trás, sem saber se um dia voltaremos, e seguir viagem rumo a uma nova casa. É como viver em eterna despedida e, por isso, se não estivermos abertos a uma nova vida, em novo lugar, seria muito difícil conseguir.
Uma coisa que não muda de casa pra casa é o café depois do almoço. Aqui, nossos 15 minutos de pausa em Auckland.
Até agora, já moramos em mais de 25 casas e todos eles chamamos de nosso. Ainda temos mais 4 novas casas pela frente e vai ser difícil imaginar a vida em uma casa só no futuro. Pra acompanhar um pouco mais de toda a nossa viagem e projeto, visite nossos canais no YouTube, Facebook e Instagram.