Viajar sozinha: para mulheres que sonham em cair no mundo

Nossa, mas você vai viajar sozinha? E se te assaltarem? E se te roubarem? E se te matarem? …. São tantos “e se” ruins que se a gente for considerar todos, não sairemos de casa nunca mais, ainda mais para viajar sozinha.

A primeira vez que decidir viajar sozinha foi no Brasil mesmo.

Minha avó mora pertinho de Ouro Preto e por mais que eu sempre pedisse para meu pai parar o carro lá, a pressa para chegar em casa era maior e ele nunca parava.

Então em uma dessas viagens de família aproveitei as férias e dei uma esticadinha até Ouro Preto.

Eu concordo que ficar sozinha não é bom, eu realmente acho chato ir para algum lugar, conhecer um monte coisa legal e história e no fim não ter com quem compartilhar. Mas isso logo é resolvido com um pouco de desinibição e interesse em conhecer outra pessoa, que também pode estar viajando sozinha e louca para compartilhar experiências com mais alguém.

Viajar sozinha nunca significará estar sozinha! A não ser que você queira isso.

Tabu

Existe um tabu muito forte com mulheres que viajam sozinhas, ainda bem que isso tem diminuído pouco a pouco. Cada vez mais, mais mulheres têm desencanado de ficar esperando alguém ter disponibilidade para acompanhá-las.

Todas nós podemos viajar sozinhas e podemos lutar a favor da nossa liberdade, mas a melhor forma de lutar não é se arriscando, temos que tomar certos cuidados principalmente com nossa segurança. Então pesquise bastante sobre o seu destino, conheça os costumes, pergunte para pessoas que já foram para lá como é. Informe-se bastante sobre como é viajar sozinha para o lugar que quer conhecer.

Você pode e deve ter essa experiência! Para mostrar que minha experiência não é um ponto fora da curva, convidamos algumas mulheres que viajam sozinhas para compartilhar as suas experiências e assim te inspirar a se jogar na estrada.

Elas decidiram: “vou fazer a mala e viajar sozinha!”

Camila Vecino

Camila Vecino em El Calafate, na Patagônia[/img]

“Viajei sozinha para a cidade de El Calafate, na Patagônia durante 10 dias. Nunca tinha saído do país, não tinha nenhuma reserva de dinheiro, mas existia um sonho: conhecer os Glaciares da Patagônia.

Antes mesmo de chegar lá, eu já pensava: “eu sozinha, num país desconhecido, falado medianamente a língua deles e ser mulher… seria uma boa ideia?“. Esses eram meus grandes medos, mas eu jamais deixaria qualquer desses fatores me fazer desistir, mesmo com o pavor de avião.

Tive medo de perder a mala, de ser roubada nas 13h que fiquei aguardando conexão dentro do aeroporto, medo de me perder, mas nada disso fez sentido quando de fato eu cheguei ao meu destino.

Tudo que eu mais queria era uma paisagem deslumbrante, quando no fim era muito mais que isso, era surreal, foi algo que eu nunca imaginei presenciar, do aeroporto ao Hostel, nos passeios com grupos turísticos, nos passeios de bicicleta sozinha, andando a pé….

Não importava, o lago Argentino, a Cordilheira dos Andes cheia de Neve, a cidade desértica, a neve, os Glaciares, a vista do Hostel, tudo era muito melhor que minhas expectativas.

Durante os 10 dias, eu fiz amigos de vários países, mas sempre tirava um espaço para continuar sozinha, porque a viagem me fez sentir um amor e uma liberdade tão grande, que nada na vida poderia ensinar, estar ali era um alívio e uma sensação de como podemos ser fortes, felizes e como conquistamos qualquer coisa que quisermos.

Eu com 22 anos, brasileira, mulher e sozinha aprendi que essas características que possuo jamais será um TABU para ir atrás do que eu quero. Porque aquela frase clichê é muito real e cheia de sentimentos:

“Todos devem viajar sozinhos na vida, pelo menos uma vez!”. Confira este e mais depoimentos em Viajar com Pouco

Por Juliane Soares, do blog Viajar com Pouco