Edimburgo, a cidade que me fez suspirar

Toda vez que perguntei a alguém sobre o lugar que mais gostou de conhecer na Europa, a resposta era sempre a mesma: Edimburgo! Ficava me perguntando o porquê, então resolvi conferir com meus próprios olhos.

Passagens compradas, hora de embarcar. O destino inicial foi Glasgow, a maior cidade da Escócia, terceira maior do Reino Unido, famosa por sua arquitetura vitoriana e vencedora dos títulos de “Cidade Europeia da Cultura” e “Cidade Europeia da Arquitetura & Design”.

Meus amigos e eu chegamos às 9h e ficamos até às 19h. Passeamos pelo centro da cidade, visitamos o Museu de Arte Moderna e o Museu e Galeria de Arte de Kelvingrove, que abriga uma das grandes coleções europeias sobre arte cívica e é o segundo museu mais visitado do Reino Unido. Terminamos nosso tour pela cidade, partimos da estação de ônibus de Glasgow rumo à Edimburgo, em uma viagem de quase duas horas, e que custou apenas £1, direto no site (www.megabus.com).

O encanto por Edimburgo já começou no momento em que o ônibus chegou. A primeira coisa que avistei foi o castelo de Edimburgo, que é o principal marco da cidade. Ele está localizado no do topo de uma pedra, e, de lá, é possível ter uma vista incrível da cidade. Para a minha alegria, meu hostel ficava muito próximo ao castelo.

Da estação de ônibus até o hostel, fomos a pé mesmo, afinal, tínhamos apenas uma mochila cada um e a vontade de ver de pertinho toda aquela beleza sombria misturada com o encanto do estilo medieval. Ao chegar no Castle Rock Hostel, tive uma grande surpresa: ele era incrível. Com decoração medieval e quartos temáticos, com certeza foi o melhor local que já fiquei.

Primeiro dia em Edimburgo, acordamos cedo, tomamos café e fomos caminhar. Primeiro local de passeio foi o Museu Nacional da Escócia, o mais importante do país. Ele é formado por dois museus: o da Escócia e o Real. O grande destaque do Museu da Escócia fica por conta das exibições que falam sobre a cultura e da história do país, que vai desde os Reis Escoceses até o uísque.

Já o Museu Real tem um acervo bem diversificado, que mostra desde as diferentes culturas ao redor do mundo, até a evolução de alguns equipamentos tecnológicos e curiosidades sobre a vida animal. O estilo vitoriano interno desse edifício é um dos seus principais destaques, além do clone da ovelha Dolly.

Pela parte da tarde, é claro que eu tinha que encontrar uma trilha para fazer né! (a pessoa sai do interior, mas o interior não sai da pessoa haha). E olha que foi por acaso. Estávamos caminhando quando avistei o Holyrood Park, um parque enorme bem no meio de Edimburgo formado por um vulcão extinto, três lagos, uma capela em ruínas, algumas fontes naturais de água potável e com várias trilhas. Quando olhei logo pensei: “Ah, vai ser moleza subir isso ai!!” (Aham, vai lá iludida!). Foi uma trilha muito cansativa, mas valeu a pena. Meu amigo e eu subimos no topo de uma das montanhas e de lá, a vista de toda a cidade era incrível. Conseguimos ver, tanto a cidade velha, quanto a nova. E é lindo.

Ao voltar, percorremos um caminho lindo, paramos ouvir um escocês tocando gaita de fole (simmm, ele estava usando Kilt, a saia escocesa que os homens costumam usar), fotografamos as cabines telefônicas (que são iguaizinhas às de Londres) e retornamos ao hostel tomar banho para sair novamente.

Jantamos em um daqueles Food Truck e depois fomos para um pub conferir como era. Ficamos um pouquinho lá e fomos caminhar pela cidade, que ficou ainda mais linda durante a noite.

No sábado resolvermos procurar o café onde a J. K. Rowling começou a escrever Harry Potter. Chama-se The Elephant House, e leva esse nome porque o dono ama elefantes que, inclusive, é o tema de decoração do local. Na área comercial do café não encontramos nada tão representativo de Harry Potter, já no banheiro… Bem, o pessoal que frequenta o local costuma deixar mensagens nas paredes, e a ideia foi super bem aceita pelo pessoal do The Elephant House.

Da janela do café, dá para ver o cemitério que inspirou alguns nomes dos personagens do filme, e é claro que eu tinha que ir até lá.  O Cemitério do Greyfriars foi onde J.K. pegou emprestado o nome Riddle para Tom Riddle, vulgo, Lord Voldemort. É lá também que fica a tumba de um antigo professor e escritor escocês, com o sobrenome de McGonagall, que foi a inspiração para o sobrenome da Headmaster da Grifinória, Minerva McGonagall. Ah, foi também o visual deste cemitério que inspirou a cena de “Harry Potter e O Cálice de Fogo”, em que Harry encontra Voldemort pela primeira vez, depois de 13 anos.

Cemitério do Greyfriars foi onde J.K. pegou emprestado o nome Riddle para Tom Riddle[/img]

O primeiro momento de encanto aconteceu logo ao chegar ao local combinado no site. O ônibus era uma graça, todo laranja, com franjinhas, assim como as vaquinhas que encontramos mais tarde. Além disso, o motorista era uma simpatia e muito divertido.

A primeira parada do passeio foi a Fourth Bridge, que fica há 14 km de Edimburgo, tem 2,5 km de comprimento e foi classificada pela Unesco, em 2015, como Patrimônio Mundial da Humanidade. Depois seguimos para o The National Wallace Monument, uma torre no cume do Abbey Craig, em Stirling, com 60 m de altura e que foi construída em homenagem a Sir William Wallace, o grande herói escocês do século 18. Passamos pelo Queen Elizabeth Forest Park e paramos para conhecer as famosas vaquinhas escocesas, que são lindas e muito amigáveis. Próxima parada: Aberfoyle, uma charmosa vila, em Stirling.

Aproveitamos para almoçar e passear pelo local. Depois seguimos viagem até o Lock Katrine, que nos proporcionou imagens lindas e momentos únicos. Por fim,  Doune Castle, que  foi construído no final do século 14, bem na curva do rio Teith.

Sobre a viagem, preciso relatar que Edimburgo conseguiu marcar minha vida. Pretendo retornar à Escócia, para conhecer o Lago Ness e todas aquelas outras cidadezinhas que tenho vontade. Ah Edimburgo, me engrandece a alma com tanta beleza.

Relato por Liliane Catto, do blog Latitude 53