Empresária troca rotina do escritório por volta ao mundo
Pouca gente já se deu conta, mas esta é oficialmente a era pós-digital. Marcada pela hiperconexão, chega trazendo uma série de mudanças comportamentais e a relação com o trabalho é uma delas. Para a empresária brasiliense Carla Furtado, 45 anos, trata-se do momento ideal para uma guinada: em dezembro de 2014 ela encerrou as atividades de uma das mais prestigiadas agências de comunicação da capital federal e passou a se preparar para um ano de workation, estilo de vida no qual trabalho e férias ocupam o mesmo espaço na agenda.
A nova fase é bem diferente da trajetória de 15 anos que ficou para trás. “Passava duas horas por dia no trânsito, dez horas no escritório e o que restava em casa. E desse resto, a maior parte exausta”, conta Carla.
Desde janeiro, ela trabalha em seu novo escritório de consultoria, uma estrutura enxuta que atende a um número limitado de clientes, e desenvolve a plataforma The Flying Carpet Project (Projeto Tapete Voador) –que reúne blog, redes sociais e em breve, um canal audiovisual.
Seu projeto é realizar quatro viagens em 2015, sem deixar de trabalhar. “Isso exige muito planejamento”, ressalta Carla.
Este mês ela segue para o Oriente Médio, primeira parada do Tapete –nome que escolheu em contrapartida à âncora representada pelo modelo tradicional de trabalho. No blog, já começou a registrar suas pesquisas, além de entrevistas com coaches e consultores e histórias de pessoas que mudaram de vida.
Além do modelo adotado por Carla, o workation, outras formas de vida se disseminam pelo mundo, como o Nomadismo Digital e Jobbatical (job+sabatical). No primeiro, não se estabelece um endereço fixo, segue-se mudando de país e carregando tudo que se tem na mala. No segundo, buscam-se oportunidades de trabalho temporário no exterior como forma de experimentar outras culturas.
“O objetivo é usar a mobilidade oferecida pela tecnologia a meu favor, eliminando as fronteiras entre trabalho e turismo que é um estilo de vida que cresce graças a extrema facilidade que a própria tecnologia traz”, conclui.