Conheça lugares mal-assombrados para visitar em São Paulo

Por Eduardo Vessoni, do site Viagem em Pauta

É nesta época do ano que seres folclóricos e sobrenaturais viram protagonistas de festas temáticas inspiradas nas tradições celtas, durante o tradicional Halloween.

Mas em São Paulo, bruxas, caveiras e abóboras dão lugar a histórias reais de casos misteriosos que nem todo mundo conhece, mas que aconteceram em endereços famosos da cidade.

Teclas de pianos que tocam sozinhas, espíritos que ainda rondam o local onde escravos foram enforcados, vultos que cruzam o caminho dos visitantes no primeiro cemitério público da cidade e sedentas vítimas de um incêndio que pedem ajuda até hoje.

Essas são algumas das histórias de terror que São Paulo guarda em atrativos históricos como o Theatro Municipal, a Capela dos Enforcados e o Cemitério da Consolação, e que estão em macabros roteiros turísticos da cidade, proposto pelo site oficial de turismo de São Paulo.

Para os curiosos (e corajosos), certos endereços paulistanos acabam se transformando em pontos turísticos com aula de história com uma certa dose de sangue frio.

Confira o roteiro de terror em São Paulo:

[tab:THEATRO MUNICIPAL]

Funcionários desse teatro do centro de São Paulo relatam terem ouvido cantos, teclas de piano acionadas sozinhas e movimentos nos camarins, mesmo quando estava vazio. Acredita-se que espíritos dos artistas que passaram por ali ainda rondam o local.

Inaugurado em 1911, o Theatro Municipal tem sua construção inspirada na Ópera de Paris e serviu de cenário da Semana de Arte Moderna, em 1922, marco histórico da cultura brasileira.

SAIBA MAIS
Praça Ramos de Azevedo, s/n – República
Entrada gratuita, visitas com inscrições no local por ordem de chegada
De terça a sexta, às 11h, 15h e 17h; sábado e feriados, às 11h, 12h, 14h e 15h.
www.theatromunicipal.org.br

[tab:EDIFÍCIO MARTINELLI]

Considerado o primeiro arranha-céu da América Latina, com 30 andares, essa construção da década de 20 foi palco de assassinatos que começaram a acontecer no local.

Em março de 1947, um cadáver do adolescente Davilson Gelisek de apenas 14 anos foi encontrado no local.

Em junho 1965, o prédio foi palco também de outro assassinato. Inicialmente, dado como suicídio de Neide Rosa dos Santos, o crime terminou com a moça sendo jogada pela janela do Martinelli.

SAIBA MAIS
Rua São Bento, 405, Centro
Entrada gratuita (necessário agendamento)
Segunda a sexta, das 9h30 às 11h30, e das 14h às 16h; sábados e domingos, das 9h às 13h
www.prediomartinelli.com.br

[tab:CAPELA DOS ENFORCADOS]

Localizada na Liberdade, bairro oriental de São Paulo, essa construção começou a ser erguida em 1887 e servia como local de tortura e assassinato de escravos, geralmente por enforcamento.

Conhecido também como Igreja das Almas, o local foi transformado em santuário após a execução de Francisco José das Chagas, o Chaguinhas, em 1821.

A corda teria se rompido duas vezes e presentes acreditavam que aquela falha era um sinal divino de sua inocência. Até hoje acredita-se que as almas dos escravos assassinados no local ainda vagam pelo lugar.

SAIBA MAIS
Praça da Liberdade, 238, Liberdade,
Entrada gratuita
Segundas, das 7h às 20h; terça a sexta, das 7h às 19h; sábados e domingos, das 7h às 13h
Tel.: 3208-7591

[tab:EDIFÍCIO JOELMA]

Vista do Edifício Joelma, no centro de São Paulo (Foto: F J Jarabeck/Flickr/Creative Commons)

Antes mesmo do incêndio que chocou São Paulo, em 1974, a história desse edifício do início da década de 70 é marcada pela história de crimes em seu terreno.

Em 1948, um professor de química da USP assassinou sua mãe e duas irmãs com tiros; e os corpos foram depois jogados em um poço local. Quando o crime foi descoberto, o autor dos disparos se suicidou.

Curiosamente, um dos policias que conduzia as investigações, morreu de infecção ao manusear sem proteção um dos cadáveres, somando mais um óbito ao crime.

No entanto, a história mais marcante do Joelma é o incêndio que causou a morte de cerca de 180 pessoas e deixou mais de 300 feridos. O detalhe mais chocante do incidente foram 13 vítimas que estavam presas no elevador, sem poderem ser identificadas posteriormente, conhecidas como as “Treze Almas”.

Dizem que, durante a noite, é possível escutar espíritos correndo pelas escadas, vagando pelos corredores ou pedindo socorro, ainda tentando escapar do incêndio.

SAIBA MAIS
Av. Nove de Julho, 225 – Bela Vista

[tab:VALE DO ANHANGABAÚ]

Considerado um dos mais belos cartões postais de São Paulo, onde estão os viadutos do Chá e da Santa Ifigênia, a Prefeitura de São Paulo e o Theatro Municipal, o local tem também uma história sangrenta e assustadora.

“Rio ou água de mau espírito”, em tupi, o Anhangabaú era visto pelos índios como um rio que servia de moradia de Anhagá, uma criatura maligna que podia assumir a forma de vários animais.

Diz a lenda também que os pajés recomendavam que não bebessem ou se banhassem naquele rio, pois era um local amaldiçoado.

Sensitivos afirmam que a região emite uma energia muito ruim e que é perceptível a presença de assombrações no vale, onde houve tanta morte.

SAIBA MAIS
Parque do Anhagabaú, s/n – Sé

[tab:CASA DE DONA YAYÁ]

Construída no tradicional bairro italiano do Bixiga, no estilo das antigas chácaras do século 19, o atual Centro de Preservação da USP foi palco das mortes inusitadas de todos os parentes de Sebastiana de Mello Freire, conhecida como Dona Yayá.

Herdeira de uma grande fortuna, Sebastiana foi diagnosticada com uma doença mental e ficou reclusa na própria casa, adaptada com grades e portas pesadas para isolá-la.

A última integrante daquela importante e rica família paulistana ficou presa no local por mais de meio século, falecendo aos 74 anos na casa de onde nunca saiu.

Conta-se que é possível escutar a voz e os passos da antiga dona, gritando em sofrimento enquanto continua a habitar o local.

SAIBA MAIS
Rua Major Diogo, 353 – Bela Vista
Entrada gratuita
De segunda a sexta, das 9h às 17h; domingos, das 10h às 15h
Tel.: 3106-3562

[tab:CEMITÉRIO DA CONSOLAÇÃO]

Fundado em 1858, esse é considerado o primeiro cemitério público de São Paulo, construído a partir de doações da Marquesa de Santos.

Visitantes afirmam ter visto vultos e espíritos por entre as lápides, inclusive o fantasma da própria Marquesa.

O local guarda os restos mortais de diversas personalidades, como Monteiro Lobato, Tarsila do Amaral, Mário e Oswald de Andrade e Victor Brecheret, entre outros.

O Serviço Funerário da Prefeitura instituiu uma visita guiada pelas lápides dessas pessoas ilustres, em que se pode conhecer um pouco da arte e cultura da cidade. Já os visitantes independentes contam com um aplicativo de QR Code que oferece informações sobre o local.

Segundo informações da Prefeitura, com um celular ou tablet é possível escanear cada código das lápides e receber informações sobre as personalidades sepultadas ou as obras de arte existentes nos locais. A intenção é estimular a visitação autônoma às necrópoles.

SAIBA MAIS
Rua da Consolação, 1660 – Consolação – Centro
Entrada Gratuita, necessário agendamento para visitas guiadas
Terças e sextas, das 9h30 às 11h e das 14h às 15h30
www.cemiteriodaconsolacao.com.br

[tab:Quem leva]

Em São Paulo, duas empresas realizam tours guiados por endereços macabros da cidade.

A SP Haunted Tour conta com dois roteiros (às 19h e 21h30) com saída da rua Haddock Lobo e que passam por locais assombrados como o Cemitério da Consolação, Theatro Municipal, edifícios Martinelli e Andraus, Castelo da Apa e o antigo TBC (Teatro Brasileiro de Comédia).

Já a agência Graffiti, na Vila Mariana, inclui visitas a endereços fantasmagóricos como a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Catedral da Sé e a Casa de Dona Yayá.

Com informações do site oficial de turismo da cidade de São Paulo