7 dicas para fazer um mochilão do bem no exterior

Abrir mão de tudo e voluntariar seis meses no Sudeste Asiático foi, sem dúvida, uma das experiências mais enriquecedoras e gratificantes da gaúcha Letícia Mello, 27 anos, idealizadora do projeto “Do for Love“, que recentemente acabou transformando a história em um livro.

Planejar o voluntariado, pesquisar o máximo de informações, conversar com pessoas que já passaram pela mesma experiência, foram alguns dos maiores desafios encontrados antes de partir para sua aventura.

Durante o tempo que ficou na Tailândia, Camboja e Vietnã, Letícia deu aulas de inglês a comunidades carentes, para policiais, monges, angariou fundos para construir uma casa a uma família, entre outras ações. Tudo isso em troca de acomodação e alimentação na comunidade local.

A gaúcha Letícia Mello, 27 anos, viajou sozinha por seis meses fazendo trabalho voluntário
A gaúcha Letícia Mello, 27 anos, viajou sozinha por seis meses fazendo trabalho voluntário

“O importante é estar com o coração aberto e levar carinho e atenção. O que eles precisam é de amor e cuidados. E na verdade, você acaba aprendendo muito mais do que ensinando”, conta Letícia.

Para quem deseja voluntariar de forma independente fora do país, Letícia compartilha sete dicas fundamentais sobre como planejar um mochilão do bem.

1 – Por onde começo?

O primeiro passo é definir qual o seu interesse em voluntariar e buscar países que oferecem oportunidades de voluntariado que você pretende trabalhar – seja com animais, educação, construção, medicina, enfim, existem inúmeras opções disponíveis, basta escolher a que melhor você se encaixa. Tendo definido o tipo de trabalho voluntário e o país de interesse, a próxima etapa é analisar seu orçamento e quanto tempo pretende viajar, sempre atento a melhor época para visitar cada país – um detalhe que poder crucial no sucesso da sua viagem.

Letícia voluntariando em uma escola na Tailândia
Letícia voluntariando em uma escola na Tailândia

2 – Pesquise

Você escolheu voluntariar de forma independente, então tome ciência de que você está no controle da situação! A internet é a sua melhor aliada para essa tarefa. Pesquisar o máximo de informação e sites disponíveis e entrar em contato com pessoas que participaram dos mesmos projetos economiza tempo durante a viagem.

Porém, com muita informação disponível na internet é necessário saber distinguir quais são as informações relevantes e confiáveis, para evitar problemas futuros.

Alguns sites que eu indico para pesquisa: Workaway, Helpx e o brasileiro Worldpacker.

3 – Seja honesto

Ao redor do mundo existem diversos programas para voluntariar: seja para dar aulas de inglês, atuar com trabalho humanitário, em construções ou trabalhar com animais. Independente do campo de atuação é fundamental ser transparente e honesto com a instituição. Não minta as suas habilidades e qualificações para se encaixar em algum projeto. A honestidade é fundamental para o desenvolvimento do trabalho voluntário. Infelizmente, muitos projetos recebem informações mentirosas sobre os voluntários, o que dificulta o andamento do projeto.

4 – Voluntariado não é férias

Voluntariar é uma das melhores experiências que alguém pode viver para conhecer a cultura e os costumes locais – conhecer a rotina e ter contato com os nativos de uma determinada região é enriquecedor. Mas viajar para voluntariar é saber que boa parte do seu tempo livre é destinado ao voluntariado, então seja comprometido e aproveite ao máximo essa experiência.

5 – Nem tudo sai como o planejado

Infelizmente existem projetos que não cumprem o que prometem, cobram valores altos e não são tão sérios – por isso a pesquisa antes da viagem é tão importante.

Mas como tudo na vida, se algo der errado, aprenda a ver o lado bom dessas situações – isso nos faz refletir sobre a realidade de cada país e nos ajuda a criar mais empatia pelas pessoas. Aprenda com isso e sempre tenha um plano B na manga, caso você chegue em algum projeto e nao se identifique. Isso aconteceu muito comigo no Camboja e no final percebi que não era por maldade deles, mas sim um desespero para sobreviver.

6 – Esteja preparado para o pior, sempre

Você está em um país diferente, não conhece ninguém, optou deixar o conforto de casa para voluntariar. O banho nem sempre vai ser de chuveiro e água quente, um colchonete no chão pode vir a ser a sua cama, o calor vai te incomodar, o sistema de saúde da região pode ser precário, você não sabe como funciona a rotina e os costumes dos locais, então prepare-se para situações adversas. Mas, para o seu voluntariado ser um sucesso, encare com otimismo essas divergências, pois são elas que vão te tirar da zona de conforto e te ensinar muito mais do que você possa imaginar.

7 – Não desista

Imprevistos vão acontecer, aliás, você abriu mão do conforto da sua casa, vai aprender a lidar com a saudade da família, de casa, dos amigos. Por mais difícil que pareça ser, lembre-se que sua ajuda está impactando a vida de muitos e isso é a maior recompensa que você vai ter. Várias foram às vezes que a vontade de largar tudo falou mais alto, mas a força e a vontade de continuar impactando outras vidas de forma positiva sempre foram mais fortes. No final de tudo, ao retornar pra casa, cada segundo dessa experiência valerá a pena e tudo o que você ajudou ficará de legado para outras pessoas.