Pesquisa mostra o perfil de intercambistas da geração Z

Uma pesquisa inédita que ouviu mais de 5.000 jovens traçou um perfil da geração Z e apontou como vivem, pensam e consomem pessoas de 13 a 18 anos. Estudar no exterior, experimentar novas ideias e imergir-se em culturas drasticamente diferentes da sua foram alguns dos desejos mapeados.

O levantamento feito pelo AFS Intercultural Programs, organização não-governamental internacional, em cerca de 30 países, constatou ainda que os países de língua inglesa, como os EUA, Reino Unido e Austrália, seguem entre os destinos mais procurados entre os jovens de todo o mundo, com 77% de taxa de interesse.

Pesquisa ouviu mais de 5.000 adolescentes em quase 30 países
Pesquisa ouviu mais de 5.000 adolescentes em quase 30 países

Já países como Brasil e China possuem uma taxa de 38% de interesse entre os jovens de todo o mundo, percentual considerado baixo.

Para Andreza Martins, diretora do AFS Intercultura Brasil, o pouco interesse de estudantes estrangeiros pelo Brasil se dá por falta de uma estratégia e pela entrada de estrangeiros no país não ser considerada prioridade.

Entrave para brasileiros

O fator econômico ainda é a maior dificuldade para os brasileiros. De acordo com a pesquisa, 33% dos respondentes não teriam a possibilidade de realizar um intercâmbio sem uma bolsa, e 54% dos entrevistados afirmaram que as bolsas integrais seriam a única maneira de estudar fora do país. Em economias avançadas, apenas 15% relataram necessidades semelhantes.

Andreza reforça a importância das bolsas de estudos como uma alternativa para quem tem baixo poder aquisitivo. “As oportunidades de bolsas são essenciais para que jovens talentosos com menos recursos financeiros possam ter estas oportunidades que são um grande diferencial na vida acadêmica e profissional”.

Segurança

Não é somente a dificuldade financeira que pode afastar os jovens dos programas de intercâmbio. A segurança também é motivo de preocupação entre os jovens. Na pesquisa 52% do total dos entrevistados em todo o mundo citaram a segurança como principal preocupação. O índice aumentou após maio de 2016, período em que houve casos de ataques terroristas na França e na Alemanha.

Em seguida, aparece a preocupação de conseguir fazer novos amigos (50%) ficar com saudade de casa (48%), equilibrar estudo e vida (47%) e adaptação à cultura (46%). O medo com discriminação surge como a preocupação menos frequente (34%).