Viajando com diabetes: blogueira dá dicas para uma viagem tranquila

O diagnóstico do diabetes é considerado assustador para muitas pessoas, especialmente, se relacionado à restrição alimentar. Alguns ficam tão receosos com seu quadro clínico, que chegam a ter medo de sair de casa para viajar. Atitude como essa, pode diminuir significativamente a qualidade de vida e impedir a ocasião de boas oportunidades para relaxar e descansar.

Marina Barros lista cinco dicas importantes para quem tem diabetes, mas não abre mão do prazer em viajar

A fim de ajudar a curtir o merecido período de descanso com mais tranquilidade, a blogueira e portadora do diabetes do tipo 1 Marina Barros (do blog Diabética Tipo Ruim). listou cinco dicas importantes para quem tem diabetes e pretende viajar. “Já viajei muito pelo mundo afora sem a menor noção dos problemas que eu poderia enfrentar, mas com o passar dos anos e as carimbadas no meu passaporte, fui tomando mais consciência dos cuidados básicos que é preciso ter durante uma viagem, principalmente as internacionais”, comenta a blogueira, que lança nesta sexta-feira, 20, seu primeiro livro, “Crônicas da Diabética Tipo Ruim”, às 19 horas, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo.

1 – Observe sua glicemia, sempre!

Sair de férias e viajar não significa, em hipótese alguma, que o portador tem que se desligar completamente dos cuidados com a doença. Observar a glicemia, especialmente se você tem diabetes tipo 1, deve fazer parte de sua rotina. Por esse motivo, esteja atento à sua glicemia logo antes de sair de casa, para não correr o risco de ser pego por uma hipoglicemia inesperada. Essa atenção deve ser redobrada se você for dirigir por longos períodos. “Geralmente eu faço sempre os mesmos passos, porque nesses 16 anos de DM eu já passei alguns perrengues que não desejo passar novamente”.

2 – Monte seu kit de “sobrevivência”

Faça o teste de glicemia em um intervalo de três ou quatro horas, aplicando insulina ou se alimentando, caso seja necessário recuperar algum quadro de hiper ou hipoglicemia. “Aprendi a lição e hoje não saio de casa sem o meu kit de sobrevivência. Eu sempre levo meus insumos da bomba para passar, no mínimo, o dobro do tempo em que eu vou ficar viajando e também um kit básico para uma hipo como bolachas, achocolatados e balas”, conta. Em sua página do Facebook, Marina detalha seu kit completo.

A importância de montar um kit com seus insumos e doces para a hipo, pode tornar uma experiência ruim em algo normal. “Certa vez, fiquei presa por várias horas em Machu Picchu, no Peru, dentro de um trem que descarrilou no meio da montanha. Por sorte, eu tinha na mochila alimentos e insumos, o que me deixou muito tranquila durante todo o processo. Se não fosse o meu kit, o que era apenas uma aventura entre amigas, poderia ter tido um final meio trágico”.

3 – Se for viajar para o exterior, leve suas receitas e orientações transcritas em inglês

Fazer uma viagem internacional pode ser um desafio para quem tem alguma doença crônica, pois no caso de alguma urgência fica difícil explicar o que você está sentindo ou quais são as doses da sua medicação. Para evitar maiores problemas peça ao seu médico que faça uma receita com os seus medicamentos, dosagens e qualquer outra orientação que ele julgue necessário, e se possível, em inglês. Dessa maneira você poderá viajar tranquilamente, pois terá sempre em mãos as suas dosagens em casos de emergências médicas.

É de grande valia usar uma pulseira de identificação com seu nome e um telefone para emergências, principalmente se estiver viajando sozinho.

4 – Lembre-se de levar a receita da insulina com você

Os fracos de insulina e suas agulhas ou seringas, devem sempre estar a mão. Nas viagens de avião, para que elas possam passar pelo raio-x na sua mala de mão, é preciso que você carregue consigo uma receita médica para justificar a necessidade dessa medicação. Jamais despache esses itens, pois você não sabe quando sua mala será extraviada e perder seus insumos não é nada legal.

Nas viagens internacionais a receita deve estar traduzida para o inglês, assim as autoridades de outros países ficarão cientes de que se trata de medicamentos. “Para passar no raio-x do aeroporto no Brasil não tive problemas. Normalmente, antes de passar eu já aviso que uso uma bomba de insulina. Algumas vezes não apita e eu passo na boa, sem ao menos passar pela revista policial. Já algumas vezes, o detector de metais apita e eu simplesmente mostro o dispositivo (bomba de insulina) e passo pela revista humana. Dentro da mochila eu sempre levo: uma seringa, um refil da Novorapid (caneta aplicadora de insulina), um cateter, um reservatório, um medidor, um Toddynho, um pacote de bolacha doce e remédios para dores de cabeça e nas pernas”.

5 – No avião, movimente-se bastante e beba água

Uma das características da doença é a forte dor nas pernas, causada pela má circulação sanguínea. Durante viagens longas, especialmente de avião, procure levantar constantemente e fazer algumas caminhadas, além de beber bastante água para evitar complicações circulatórias. “Eu sempre uso meias de compressão, mesmo para viagens curtas dentro do Brasil. Conversei com médico sobre isso, e ele me receitou o uso das meias que me aliviaram bem a sensação de inchaço”.